Coitado dele,não compreendia muita coisa. Não tinha culpa,coitado,por tanta incompreensão,pois nascera já assim,pelo que não havia nada a fazer.
Não compreendia como é que diziam acreditar em Deus,levando uma vida ociosa,quando podiam trabalhar.
Não compreendia como é que diziam acreditar em Deus,quando passavam a vida a amealhar,a amealhar,a contar e a recontar o seu dinheirinho, ou dinheirão.
Não compreeendia como é que diziam acreditar em Deus,quando se vangloriavam com as qualidades que os adornavam,tendo elas lhes sido dadas.
Não compreendia como é que diziam acreditar em Deus,quando se afanavam a coscuvilhar o seu passado,no propósito de dar com um notável avô.
Não compreendia como é que diziam acreditar em Deus,quando gastavam as horas a cortar na casaca do vizinho do lado,ou da frente,ou de mais longe.
Não compreendia como é que diziam acreditar em Deus,quando não se importavam em amesquinhar,ridicularizar,explorar,dominar.
Não compreendia como é que diziam acreditar em Deus,quando só se sentiam bem a enumerar s suas muitas e altas amizades,as suas muitas e altas filiações.
Não compreendia como é que diziam acreditar em Deus,quando,mostrando-se convencidos de terem sido escolhidos,portanto,serem gente de confiança,de intimidade,estavam sempre preocupados com a sua segurança.
Tudo isso,parecia-lhe,indicava, claramente ,que não lhes chegava Deus,que ainda pretendiam mais,não sabia ele o quê,talvez o Sol,que a Lua era muito pouco.
Ele,coitado,não comprendia tudo isso,e também não compreendia como é que Deus não perdia a paciência com tanta contradição.
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