segunda-feira, 31 de agosto de 2009

MAIS NINGUÉM

Chegada a altura dos entreténs,era ele sempre o escolhido,pois não havia melhor por ali. Dizia-se que,para aquela afinação sem par,andara lá no estrangeiro,lá longe,para além do mar,em escola especializada de entreténs,e outras coisas mais,que não vêem ao caso. Acontecera isso,quando ele ficara desempregado de longa duração,que nessa escola nada se pagava,e ainda tinham comida de borla.
Com o pendor natural que ele tinha para os entreténs,e com a tal aprendizagem lá no estrangeiro, para além do mar,sabia escolher muito bem os temas para deixar a audiência na melhor das disposições.
Mas não variava muito,de resto,com o propósito salutar de não cansar as cabeças dos presentes,que já andariam muito cansadas,por tudo e mais alguma coisa,o costume.
Os presentes,que eram quase sempre os mesmos,divertiam-se muito,ainda que ouvissem sempre a mesma coisa,mas achavam-lhe graça,o que não era para admirar,pois ele era muito gracioso,e ,ainda para mais,tinha passado lá pela tal escola,onde apuravam a graciosidade dos pupilos,mesmo que já tivessem muitos anos,o que vinha em abono dos métodos empregados,os melhores.
Mas de que se tratava? Eram coisas lá dele,muito dele,que só ele sabia,mais ninguém,que ele descobrira,o que só estava ao seu alcance,de mais ninguém.

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