segunda-feira, 10 de agosto de 2009

COMO UM CARACOL

De vagar se vai ao longe. E ali ele,um homem de meia idade,muito magro,apoiado numa bengala,muito de vagar,como um caracol,muito tolhido,muito hirto,feito quase estátua,rumo não se sabia aonde. O que ele demorou para lá chegar,mas ia determinado.
Afinal,era uma caixa de multibanco. Mas para isso,teve ainda de subir uma meia dúzia de degraus,o que fez como tinha feito antes,muito devagarinho. E lá frente à caixa tudo se transformou,apenas com um senão. Retirou o que pediu como um qualquer,talvez até mais rápidamente,que aquilo,a bem dizer,foi chegar e andar. O senão, coitado, foi ele ter deixado cair a bengala. O tempo que ele demorou a apanhá-la.
Desceu os degraus muito lentamente,ainda mais lentamente,talvez com receio de cair,e lá regressou pelo mesmo caminho,sempre muito lentamente,como um caracol,muito hirto. Onde iria ele? Foi fazer o que todos têm de fazer para se manterem vivos,que é comer.

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