Afinal,por alguma coisa sempre desconfiara. E ali estava ele como fora sempre,só que,naquela altura,com muitos anos em cima,já deixara de se poder resguardar,esconder. O sério que ele não era,e por que se fizera passar.
E ali estava ele,em corpo inteiro,a narrar, com aberto prazer, aquela história,em que teria sido um outro o actor principal. Que pormenores aqueles,pormenores bem desenhados,pormenores de sarjeta. Parecia ter sido ele quem os vivera,uma coisa sórdida.
Estar-se-ia a esconder ainda? Não tivera coragem de se mostrar tal qual era. A coragem dera só para contar a história. Mas o prazer com que a contara quereria dizer que,se não fora ele o actor,gostaria de ter sido.
terça-feira, 23 de junho de 2009
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