segunda-feira, 15 de junho de 2009

O MESMO

Era aquilo uma constante nele,sempre sobraçando três,quatro,ou mais jornais desportivos. Mas parecia não ter pressa para ir lê-los,bastar-lhe-ia o trazê-los,bem aconchegados,não fosse cair-lhes,e sujarem-se na rua suja,de cães,não de gatos,que gatos nas ruas por ali não havia.
A passada era lenta,as paragens muitas,que ele gostaria de ver quem passava. Eram as esquinas os poisos preferidos,talvez porque de mais movimento. Parecia não ter pressa,parecia ter sido aquela a primeira vez que ali estava,parecia não ser tarde ainda,para ir ler os jornais.
Teria o dia todo,e a noite também. Não teria mais nada para fazer,pois já teria feito tudo,excepto estar a par do que os jornais diziam. Parecia mudo,mas mudo não era,que se lhe ouvira já dizer coisas,não muitas as coisas,as suficientes para mostrar como ele era,ou não,pois nunca se sabia como eram tais coisas.
Mas o que ele dissera,dissera-o alto,alto e convicto,para que todos ouvissem,pelo menos os que ali perto estavam,e não restasse a mínima dúvida,por mínima que fosse. Sim,voltaria a fazer o mesmo,e com muita honra.

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