sábado, 31 de outubro de 2009
NA CAUDA
Isto está impossível,não há pior. Estamos na cauda. Tem andado por muitos sítios, por tempos prolongados? Não,nem preciso. Basta ler os jornais,está lá tudo,não é preciso ir ver. Não há pior.
MUITA GATUNAGEM
A casa estava cheia,pelo que a espera seria grande para alguns. Deu isso para conversar. Está a chegar a minha vez. Dê-me o dinheiro que eu peço também para si. Não se incomode,pois tenho tempo de sobra. Mas é muita gentileza a sua,pelo que lhe fico muito agradecido.
O que é que ele queria? Ainda bem que não foi nessa,que anda para aí muita gatunagem. São uns atrevidos. Temos de nos precaver.
Desconfianças,ou sabe-se lá mais o quê? É o diabo. Como é que isto se há-de endireitar?
O que é que ele queria? Ainda bem que não foi nessa,que anda para aí muita gatunagem. São uns atrevidos. Temos de nos precaver.
Desconfianças,ou sabe-se lá mais o quê? É o diabo. Como é que isto se há-de endireitar?
UM PASSARINHO
Pode dizer-se que não era ele de nenhuma terra,mas também não era um cidadão do mundo,nem lhe acudira uma tal classificação. Fora como que encontrado,e isso não escondia ele,até parece que disso se orgulhava. Era como tivesse sido de espontânea geração. Tudo quanto conseguira a ele o devia. E sentia-se livre como um passarinho,pousando onde lhe apetecesse,desde que riscos não corresse.
COSTA DE CAPARICA
"A Costa de Caparica é um vasto areal batido das ondas(4,5 km),só areia e mar,
barcos com crescentos e alguns pescadores remendando as redes. Nem um penedo. Areia e céu,mar e céu. Dum lado o formidável paredão vermelho,a pique,desmaiando pouco a pouco,até morrer pelo mar dentro todo roxo,no cabo Espichel. Do outro o mar azul metendo-se ,num jorro enorme,pela ampla barra de Lisboa,deslumbrante e majestoso. Em frente o ilhéu do Bugio emergindo das ondas,e ao fundo e à dir. a linha recortada da serra de Sintra com as casinhas de Cascais e Oeiras no primeiro plano,esparsas num verde amarelado.
Primitivamente isto foi um grupo de barracas que os pescadores aqui ergueram neste esplêndido sítio de pesca,à boca da barra,a dois passos do grande consumidor. As suas casas de tecto palhiço têm um ar ainda mais primitivo que os palheiros de Mira ou Costa Nova. Quatro tábuas e um tecto de colmo negro com remendos deitados cada ano; alguns reluzem e conservam ainda as espigas debulhadas no painço. No imenso areal,o barco da duna,próprio para a arrebentação,de proa e popa erguidas para o céu."
RAUL BRANDÃO
Guia de Portugal I
Generalidades Lisboa e Arredores
Raúl Proença
1924
Apresentação e Notas de
Sant'anna Dionísio
Fundação Calouste Gulbenkian
1991
barcos com crescentos e alguns pescadores remendando as redes. Nem um penedo. Areia e céu,mar e céu. Dum lado o formidável paredão vermelho,a pique,desmaiando pouco a pouco,até morrer pelo mar dentro todo roxo,no cabo Espichel. Do outro o mar azul metendo-se ,num jorro enorme,pela ampla barra de Lisboa,deslumbrante e majestoso. Em frente o ilhéu do Bugio emergindo das ondas,e ao fundo e à dir. a linha recortada da serra de Sintra com as casinhas de Cascais e Oeiras no primeiro plano,esparsas num verde amarelado.
Primitivamente isto foi um grupo de barracas que os pescadores aqui ergueram neste esplêndido sítio de pesca,à boca da barra,a dois passos do grande consumidor. As suas casas de tecto palhiço têm um ar ainda mais primitivo que os palheiros de Mira ou Costa Nova. Quatro tábuas e um tecto de colmo negro com remendos deitados cada ano; alguns reluzem e conservam ainda as espigas debulhadas no painço. No imenso areal,o barco da duna,próprio para a arrebentação,de proa e popa erguidas para o céu."
RAUL BRANDÃO
Guia de Portugal I
Generalidades Lisboa e Arredores
Raúl Proença
1924
Apresentação e Notas de
Sant'anna Dionísio
Fundação Calouste Gulbenkian
1991
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
FORA DO TEMPO
Elas tinham vindo fora do tempo. Mas,talvez para mostrarem que eram tão capazes como as da arrancada,lá dos inícios,aproveitando o bom tempo que por ali andava,desataram a crescer de tal maneira que parecia irem pô-las a um canto.
Foi,porém,este assomo sol de pouca dura,como era de prever. A cor verde bem depressa empalideceu,a pele encheu-se de manchas escuras e de rugas,as margens secaram.
Tratava-se das folhas de rebentos basais de árvore frondosa,pujante. Estariam
elas ali a representar tudo quanto vem fora do tempo.
Foi,porém,este assomo sol de pouca dura,como era de prever. A cor verde bem depressa empalideceu,a pele encheu-se de manchas escuras e de rugas,as margens secaram.
Tratava-se das folhas de rebentos basais de árvore frondosa,pujante. Estariam
elas ali a representar tudo quanto vem fora do tempo.
quinta-feira, 29 de outubro de 2009
DE SUA NATUREZA
Naquele início de tarde, de um dia nevoento,quente e húmido,de um outono avançado,estava o empedrado sem vida aparente.De súbito,de uma das pontas,surgiu,muita apressada,uma formiguinha com um enorme carrego,a bem dizer,maior do que ela.
Ia determinada a formiguinha. Subiu montes,e desceu vales,quase em linha recta,sem uma hesitação. O que ela andou para chegar à sua casinha. Alcançada a porta,sumiu-se nas profundezas,ainda que isso não tivesse sido nada fácil,que o carrego pôs grossa resistência.
Não viveria só a formiguinha. O resto da família estaria a descansar, ou a dormir,depois de uma boa refeição,que o celeiro ainda se encontraria bem composto. Não lhe apetecera fazer o mesmo,ou, então, seria de sua natureza estar sempre a fazer pela vida.
Ia determinada a formiguinha. Subiu montes,e desceu vales,quase em linha recta,sem uma hesitação. O que ela andou para chegar à sua casinha. Alcançada a porta,sumiu-se nas profundezas,ainda que isso não tivesse sido nada fácil,que o carrego pôs grossa resistência.
Não viveria só a formiguinha. O resto da família estaria a descansar, ou a dormir,depois de uma boa refeição,que o celeiro ainda se encontraria bem composto. Não lhe apetecera fazer o mesmo,ou, então, seria de sua natureza estar sempre a fazer pela vida.
quarta-feira, 28 de outubro de 2009
A PROPÓSITO DE ANIDRIDO CARBÓNICO E DE OXIGÉNIO
Como se sabe,na combustão,liberta-se anidrido carbónico. Neste passo,
consome-se oxigénio.
O oxigénio consumido provem,em boa parte,da fracção que deixou de poder ser usada na respiração,por seres irem perecendo. Desses seres,restam,pelo menos,
hidrocarbonetos, que andam por aí,sob a crosta terrestre.
Vindo esses hidrocarbonetos à luz do dia, para serem combustados,anidrido carbónico será libertado,e menos oxigénio ficará para respirar. O mesmo acontecerá se,em vez de hidrocarbonetos, se tratar,por exemplo,de etanol,venha ele de onde vier,ainda que diferenças existam no montante de anidrido carbónico solto. O mesmo acontecerá se floresta,ou lenha,for queimada.
consome-se oxigénio.
O oxigénio consumido provem,em boa parte,da fracção que deixou de poder ser usada na respiração,por seres irem perecendo. Desses seres,restam,pelo menos,
hidrocarbonetos, que andam por aí,sob a crosta terrestre.
Vindo esses hidrocarbonetos à luz do dia, para serem combustados,anidrido carbónico será libertado,e menos oxigénio ficará para respirar. O mesmo acontecerá se,em vez de hidrocarbonetos, se tratar,por exemplo,de etanol,venha ele de onde vier,ainda que diferenças existam no montante de anidrido carbónico solto. O mesmo acontecerá se floresta,ou lenha,for queimada.
UM GRANDE FAVOR
Quando a guarda e cicerone do museu viu entrar o casal de visitantes deve ter respirado de alívio. Seriam eles que a iriam tirar de grande aflição,pois tinham cara disso.
Ainda mostrou isto e aquilo,mas não resistiu mais,e desabafou. Sabem,estou aqui muito ralada. É que a minha mãe está muito doente e sozinha lá em casa. Pode estar por lá a precisar de ajuda. Os senhores podiam,pois,fazer-me um grande favor. Ficavam aqui a tomar conta do museu,para eu a ir ver.
Pois,certamente,minha senhora,com muito gosto. Fique lá o tempo que for preciso. Foi o que ela quis ouvir,coitada,saindo logo a correr. E ali se ficou até ela voltar,bisbilhotando o que ainda se não tinha visto,felizmente,sem concorrência.
Ainda mostrou isto e aquilo,mas não resistiu mais,e desabafou. Sabem,estou aqui muito ralada. É que a minha mãe está muito doente e sozinha lá em casa. Pode estar por lá a precisar de ajuda. Os senhores podiam,pois,fazer-me um grande favor. Ficavam aqui a tomar conta do museu,para eu a ir ver.
Pois,certamente,minha senhora,com muito gosto. Fique lá o tempo que for preciso. Foi o que ela quis ouvir,coitada,saindo logo a correr. E ali se ficou até ela voltar,bisbilhotando o que ainda se não tinha visto,felizmente,sem concorrência.
CANA DE PESCA
Estava-se no fim do mês e o dinheirinho da magra reforma ainda só acenava,
mas lá muito ao longe,que mal se via. De maneira que ele se via obrigado a esgravatar onde lhe cheirasse haver coisa de préstimo. E,naquele início de tarde,calhou passar por um contentor,talvez um dos que mais surpresas costumava reservar.
Levantou a tampa e inspeccionou. Lá viu,mais uma vez,qualquer coisa de aproveitar. Mas os seus braços eram de fraco alcance,pelo que necessitava de uma cana de pesca.
Olhou em volta e descobriu-a. Tratava-se de uma estreita tábua com um forte prego bem ao alto,feito arpão. E foi simples.
E um grande marmelo viu,de novo,a luz do dia. Não estaria todo como devia ser,mas ele lá teria artes para recuperar coisa que se visse.
mas lá muito ao longe,que mal se via. De maneira que ele se via obrigado a esgravatar onde lhe cheirasse haver coisa de préstimo. E,naquele início de tarde,calhou passar por um contentor,talvez um dos que mais surpresas costumava reservar.
Levantou a tampa e inspeccionou. Lá viu,mais uma vez,qualquer coisa de aproveitar. Mas os seus braços eram de fraco alcance,pelo que necessitava de uma cana de pesca.
Olhou em volta e descobriu-a. Tratava-se de uma estreita tábua com um forte prego bem ao alto,feito arpão. E foi simples.
E um grande marmelo viu,de novo,a luz do dia. Não estaria todo como devia ser,mas ele lá teria artes para recuperar coisa que se visse.
terça-feira, 27 de outubro de 2009
PRONTO PARA A PARTIDA
Já se sentiria muito próximo de ir desta para melhor,que, no seu caso,um caso já muito adiantado,era coisa garantida,ou por uma outra razão qualquer,que,
para,o efeito,tudo serve,o certo é que, daquela vez,fora mais comunicativo,revelando factos da sua longa e atribulada vida.
Vinha,desde há tempos,dormindo numa casa abandonada,não entrando pela porta da frente,pois estava entaipada,não se sabendo bem porquê,talvez pelas conveniências.
Quanto à comida,isso já se sabia. Era um dos convivas de uma sopa dos pobres. Para além do almocinho,ainda levava para a merenda,ou para a ceia,
consoante a fome que tivesse.
Tinha família,família muito chegada,mas era como se a não tivesse. Tratava-se de quatro filhos,que teriam lá a sua vida também encrencada,pelo que lhe agradeceriam que ele não lhes fosse bater à porta. Estaria ele,assim,pronto para a partida.
para,o efeito,tudo serve,o certo é que, daquela vez,fora mais comunicativo,revelando factos da sua longa e atribulada vida.
Vinha,desde há tempos,dormindo numa casa abandonada,não entrando pela porta da frente,pois estava entaipada,não se sabendo bem porquê,talvez pelas conveniências.
Quanto à comida,isso já se sabia. Era um dos convivas de uma sopa dos pobres. Para além do almocinho,ainda levava para a merenda,ou para a ceia,
consoante a fome que tivesse.
Tinha família,família muito chegada,mas era como se a não tivesse. Tratava-se de quatro filhos,que teriam lá a sua vida também encrencada,pelo que lhe agradeceriam que ele não lhes fosse bater à porta. Estaria ele,assim,pronto para a partida.
PLENA DE VIDA
Há afirmações,ditos,como se queira,que dão vontade,pelo menos,de rir. Um deles,é DEUS ter feito Tudo Isto que para aí está,e esteve,e,depois,não ter feito nada mais. Já é ser muitíssimo exigente,quando Tudo Isto é de estarrecer.
Aconteceu,e acontece,porém,que Isto Tudo não ficou para ali parado,a um canto,como uma máquina,ou um brinquedo,muito quietinhos. Muita coisa se mexe. Quem é que a faz mexer,quem?
Mais ainda. Não é este mexer um mero agitar pelo vento,não. É uma coisa muito complexa,muito séria,de extrema variedade de formas e conteúdos,plena de vida. Quem a alimenta?
Aconteceu,e acontece,porém,que Isto Tudo não ficou para ali parado,a um canto,como uma máquina,ou um brinquedo,muito quietinhos. Muita coisa se mexe. Quem é que a faz mexer,quem?
Mais ainda. Não é este mexer um mero agitar pelo vento,não. É uma coisa muito complexa,muito séria,de extrema variedade de formas e conteúdos,plena de vida. Quem a alimenta?
segunda-feira, 26 de outubro de 2009
MUITO PIEGAS
Eram dois,a uma esquina. O mais alto,bem vestido,tinha um vozeirão de respeito. Pois fica tu sabendo que me há-de sair um dia a sorte grande. É o que te digo. Hei-de comprar sempre o mesmo número. É cá uma teima. O outro,de cabeça pendente,não abria boca. Estaria rezando a todos os santos para atenderem o amigo. Alguma coisa lhe havia de caber. O esperançado não mudava de disco,provavelmente,porque outra coisa de igual importância não lhe acudia. O outro,coitado,mantinha-se mudo.Outros dois,já com largos anos,enfarpelados com vestes de treino,como é moda agora,vinham, num despique animado,descendo a avenida. Estavam ambos com graves dúvidas sobre uma telenovela. Nem se lembravam bem dos títulos,nem dos nomes dos actores principais. Não havia meio de atinarem,contrariando-se mutuamente. A idade também já não ajudava.Depois,projectado numa parede,o cenário de todos os dias,na rua,no café,no emprego. Se não ganhar,será uma vergonha. Eu cá sou capaz de devolver o cartão. Aturar mais isto é que não. O melhor é gastar o meu rico dinheirinho no jogo,talvez na raspadinha.Logo a seguir,em canto recatado,duas comadres conversavam. Ai vizinha,não aguento mais este reumático. Já não sei o que hei-de fazer. Tenho corrido um ror de médicos e de endireitas,e nada. Eu estou na mesma e sou muito mais nova. Veja lá o que me espera ainda. O meu homem está farto de me ouvir gemer. Chega a dizer que não suporta mais. Ainda bem que a comadre é viúva,se não também ouvia das boas. Foi o que me valeu. Que ele,coitado,sofria mais do que eu,pelo menos era o que eu supunha,embora ele fosse muito piegas. Enfim,paz à sua alma,que o corpo,já se sabe,não encontrava cama melhor.
TRÊS AMIGOS
http://photos1.blogger.com/blogger/609/1252/640/P8159183.jpg
Do blogue OLHARES DA NATUREZA,de ARMANDO GASPAR
Do blogue OLHARES DA NATUREZA,de ARMANDO GASPAR
POR MIÚDOS
Quem diria? Que viajado ele é,por onde ele andou,lá pelo cabo do mundo. A satisfação que ele disso colhia quando o contava,em privado,a gente muito mais nova,que o ouvia pela primeira vez. Contava a coisa por miúdos,com grande pormenor. Ocultava,porém,uma coisa de suma importância. É que estivera lá sem o querer. Fora obrigado,coitado dele.
O MAIS CERTO
Parecia estar esquecido DEUS,mas era um engano grande,a atentar no que se tem escrito e falado por aí. É forte,e consolador caso, para os que em DEUS acreditam,necessitando disso,como de pão se tratasse. Andavam,coitados,muito tristes pelo silêncio,mas depois do que se tem passado,até já sorriem.
Os que não acreditam,sabe-se lá porquê,ainda que,tavez,o não saibam bem,andarão,ao contrário,muito pesarosos. Ora o que havia de acontecer? Deve ser isto partida do diabo,que está sempre pronto a pregá-las,a crentes e a não crentes,que ele não distingue,é tudo a mesma gente,ainda que o não pensem.
A gente a querer esquecer DEUS,que ELE só atrapalha,e a fazer o que se pode para outros O esquecerem,e logo foi suceder uma coisa destas. Nem de propósito,nem de propósito.
É que não contavam nada com os escritos,as conversas a cada esquina,a cada mesa de café,a cada encontro de dois,ou três,ou mais,talvez em mesas redondas,ou não. Nem de propósito,nem de propósito. Deve andar nisso o diabo,que ele sabe-a toda,é o mais certo.
Os que não acreditam,sabe-se lá porquê,ainda que,tavez,o não saibam bem,andarão,ao contrário,muito pesarosos. Ora o que havia de acontecer? Deve ser isto partida do diabo,que está sempre pronto a pregá-las,a crentes e a não crentes,que ele não distingue,é tudo a mesma gente,ainda que o não pensem.
A gente a querer esquecer DEUS,que ELE só atrapalha,e a fazer o que se pode para outros O esquecerem,e logo foi suceder uma coisa destas. Nem de propósito,nem de propósito.
É que não contavam nada com os escritos,as conversas a cada esquina,a cada mesa de café,a cada encontro de dois,ou três,ou mais,talvez em mesas redondas,ou não. Nem de propósito,nem de propósito. Deve andar nisso o diabo,que ele sabe-a toda,é o mais certo.
domingo, 25 de outubro de 2009
CINCO - FIVE
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From the blog OLHARES DA NATUREZA,by ARMANDO GASPAR
Author title - Título do autor
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PRECIOSIDADE
Ele gostava muito do seu copito,e queria-o ter quando lhe aprouvesse. Para isso,trazia sempre com ele,na sua volumosa pasta,de companhia com livros,pois era uma pessoa muito letrada,uma garrafinha com o vinho da sua preferência.
Um dia,descuidou-se,e a pasta foi bater em sítio duro,quebrando-se a garrafinha. À vista de tal desgraça,da pasta a sangrar,que a preciosidade era do tinto,não se conteve,e desabafou,muito pesaroso. Lá se foi o meu rico lambedor.
Um dia,descuidou-se,e a pasta foi bater em sítio duro,quebrando-se a garrafinha. À vista de tal desgraça,da pasta a sangrar,que a preciosidade era do tinto,não se conteve,e desabafou,muito pesaroso. Lá se foi o meu rico lambedor.
MUITO ORGULHO NISSO
O mundo estava sem conserto era a conclusão a que se chegara depois de uma conversa casual com uma simples. Tinha a senhora sessenta e sete anos confessados. Estava ali à espera de uma amiga,e enquanto ela não vinha lá foi despejando o saco. Para já,podia ter declarado muito menos,que estava ali uma jovem ainda cheia de ideias,ideias bem teimosas,que elas custam muito a ganhar. Coitada dela,que nascera lá para a serra,comera o pão que o diabo amaçara,passara as passas do Algarve,ainda que não tivesse lá ido,fizera vezes sem conta das tripas coração,não estudara por razões mais que óbvias. Mas não estava triste por tudo isto,não senhor,sobretudo por causa dessa coisa de não ter estudos. Tinha até muito orgulho nisso,muita honra por não ter estudado. E aqui pusera-se muito nervosa,muito acalorada,de cara muito rosada. Teria sido uma sorte a amiga aproximar-se,senão teria havido desgraça. Mas antes disso, o que ela dissera era bem uma linda amostra do que por aí vai,do que ouvira,do que se dizia,sim, que era isso a pura verdade,e quem dissesse o contrário estivera a dormir,ou ,pior ainda,era dos tais que andam feitos lá com essa gente apontada a dedo,uns demónios. Está o mundo sem conserto,ainda que com muita honra,com muito orgulho,sim, que a mim não me enganam,que eu bem os conheço. Eu sei o que eles querem,mas a mim não me enganam.
sábado, 24 de outubro de 2009
SEM DESTINO
Há, pelo menos,duas maneiras de ser,um estar que não tem mudado desde que o mundo se conhece,dizem,pelo menos,os entendidos das coisas do ser,essa gente que,além de terem sempre os olhos bem abertos,varrendo todos os quadrantes,até os mais escondidos,ou mais maneirinhos,também se conhecem muito bem a eles mesmo,talvez da convivência,quem sabe. Uma delas, é o ser por ser,pela comezinha razão de não se poder ser outra coisa,pois não pode haver,pelo menos é o que se diz,seres ao quadrado,ou mais ainda,assim como lá com os números. A outra,é o ser mais do que o outro,ali o vizinho do lado direito,por estar mais próximo,por se ver mais vezes. O mesmo parece passar-se com o ter,talvez por uma mera questão de imitação,quem sabe,que a originalidade custa mais. Uma delas,é o ter por ter,assim como um desporto amador,sem estar a pensar em competições. A outra,é coisa muito séria,tão séria que parece ser obra do diabo mais velho,daquele com muita experiência,muito batido. É o ter para ter mais do que o outro,que pode ser,à partida,o vizinho do lado,mas,depois,é um parar sem destino. É o ter sempre mais,e mais,e mais...
MUITA CORAGEM
Para equilibrar as finanças,lembram-se alguns de propor cortes nas despesas com essas coisas sem importância dos amparos sociais.
Para além de tudo o mais,é de muito admirar a coragem desses alguns,quando tais cortes muito pouco ou nada os afectaria. Já é preciso ter coragem,muita coragem.
Para além de tudo o mais,é de muito admirar a coragem desses alguns,quando tais cortes muito pouco ou nada os afectaria. Já é preciso ter coragem,muita coragem.
UM TOSTÃO
É o medo que guarda a vinha,e não o vinhateiro. E se não fosse o medo,não haveria polícias que chegassem.
Pode dizer-se,então,que o medo lá vai fazendo o seu muito meritório
trabalhinho,sem levar um tostão por isso.
Pode dizer-se,então,que o medo lá vai fazendo o seu muito meritório
trabalhinho,sem levar um tostão por isso.
sexta-feira, 23 de outubro de 2009
POR UMA TEMPORADA
Eram três,o Quim,o Manel e o Zé. Alguém dizia que eram os três do costume. Ele lá teria as suas razões. Pois estes três não se podiam ver,desde nascença. Era assim. Eles também lá teriam as suas razões. Mas ,por vezes,parecia entenderem-se muito bem,como Deus com os anjos,ainda que dois deles,pelo menos,não gostassem de tal comparação. Mas adiante. E quando é que parecia entenderem-se muito bem? Quando um outro,o Tónio,coitado,andava muito atrapalhado. E então era uma festa pegada dos três. Alguns distraídos não sabiam porque carga de água tal festa pegada acontecia. É que a atrapalhação do outro,coitado,também lhes tocava a eles. Também andavam,ou deviam andar, muito atrapalhados,porque estava a vida de todos,do Tónio,dos três que não se podiam ver desde nascença,enfim,de todos dos Quins,dos Manéis,dos Zés,dos Tónios,de todos,muito atrapalhada. Enfim,coisas que acontecem,quando todos,mas todos,e assim é que é bonito,podem dizer o que lhes vem à cabeça,sem irem para a cadeia. A falta que o nosso grande Eça,o nosso incomparável Eça ,está fazendo. Se ele cá pudese vir,talvez por uma temporada,seria outra Campanha,agora não Alegre,mas MUITO TRISTE. "A história é uma velhota que se repete sem cessar".
quinta-feira, 22 de outubro de 2009
SEM UM SEGUNDO
O que se há-de pensar de um "amigo" que nunca lhe estendeu a mão quando dela precisou? Como se há-de chamar um "amigo"que está sempre apressado,sem um segundo sequer para o atender? O que se há-de pensar de alguém que nunca está de acordo com o "amigo" e que acode sempre pelo "inimigo" do "amigo"?
OUTRO MUNDO
Na NATUREZA, nada se perde,nada se cria,TUDO se transforma. É a FORMA,em constante mudança,a REALIDADE. Todo o mundo é composto de mudança.É assim,não há nada fazer. Porque assim é? É perguntar a QUEM o fez,faz,O do FIAT.
E quem tal contrarie está remando contra a maré,acabando,mais tarde,ou mais cedo,por se esgotar,numa luta sem glória. E quem tal contrarie parece estar apostado em não sobreviver,preferindo a morte a tal sorte.
Em vez de contribuir para a mudança,alterando-a naquilo que pudesse,deixa-se ficar à margem dela,excluindo-se,teimosamente,como se a outro mundo pertencesse.
E quem tal contrarie está remando contra a maré,acabando,mais tarde,ou mais cedo,por se esgotar,numa luta sem glória. E quem tal contrarie parece estar apostado em não sobreviver,preferindo a morte a tal sorte.
Em vez de contribuir para a mudança,alterando-a naquilo que pudesse,deixa-se ficar à margem dela,excluindo-se,teimosamente,como se a outro mundo pertencesse.
quarta-feira, 21 de outubro de 2009
FARRAPOS DE ENERGIA
Se houvesse votação,era certo e sabido que seria ela a eleita,e a grande distância da segunda. É que ela era única,um caso muito,mas mesmo muito sério. Parecia uma santa que teria vindo lá não se sabe donde e tivesse pousado ali,como por acaso. E ainda bem,que o que não faltava por ali,e arredores,era gente carente,era gente que não tinha lá em casa um mimo,uma atenção,uma palavra doce,essas coisas que deram em rarear,se é que alguma vez abundaram. Sofria de asma,coitadinha,merecia melhor sorte,ou não,sabe-se lá,que ela com o coração que tinha,e com o que ela via,era capaz de estar disposta a ir-se desta vida de tristezas o mais depresa. As bichas que se faziam,pois só daquela menina é que gostavam. Ela atendia,ela falava,ela inquiria,um fenómeno. E ela sem poder,coitadinha,mas lá desencantava uns farrapos de energia para cumprir o que ela acharia ser a sua missão. Um dia,deixou de vir,depois,mais outro,e assim por diante. Uma grande,uma incontida tristeza derramou-se por ali. E agora? Onde estaria quem a pudese substituir? Acabaram por se conformar,que remédio. Chegara a hora dela,que tinha tardado. Mas não vivera em vão. Dera coisas de que outros careciam,coisas que iam escasseando,com cara de se tornarem como peças de museu.
BENEFÍCIOS E EXAGEROS
Ia-se lá compreender aquela gente. Coitado do Bom Tempo, que não sabia para onde se virar. A seca não havia meio de abandonar os cantos onde tinha caído. A terra estava tão espremida, que nem podia dar água a uma formiguinha. As fontes só davam uns míseros pingos e as torneiras recusavam-se a fazer o seu trabalho. Enfim,uma calamidade,a juntar-se a outras mais.
Era tudo isso por causa dos Outros Tempos. O Bom Tempo lá ia fazendo o que podia,que a mais não era obrigado. Acudia ali,acudia acolá,quer dizer,molhava a terra ,acordava as sementes,fazendo-as levantar da cama e pôr-se ao trabalho,despertava as fontes e as torneiras.
Mas,coitado,de arrasado com tanta correria,descuidava-se,e lá aconteciam uns exageros,coisas da vida incerta. Era de lhe perdoar,a ele,que tão boas coisas fazia. Mas não. Caíam-lhe em cima,sem dó,nem piedade.
Estão a ver,estão a ver,queixava-se ele,quase em lágrimas desatadas, a quem ainda estava disposto a ouvi-lo? Faz a gente o bem que pode,que é para isso que se está cá,e é isto. Só se lembram dos exageros,de que eu,a bem dizer,não tenho qualquer culpa,que isso é maldade dos Outros Tempos. Depois, os exageros podiam,desde que não houvesse mortes, ser rapidamente sanados com os muitos benefícios que eu lhes trouxera. Mas não. Vá-se lá entender esta gente.
Era tudo isso por causa dos Outros Tempos. O Bom Tempo lá ia fazendo o que podia,que a mais não era obrigado. Acudia ali,acudia acolá,quer dizer,molhava a terra ,acordava as sementes,fazendo-as levantar da cama e pôr-se ao trabalho,despertava as fontes e as torneiras.
Mas,coitado,de arrasado com tanta correria,descuidava-se,e lá aconteciam uns exageros,coisas da vida incerta. Era de lhe perdoar,a ele,que tão boas coisas fazia. Mas não. Caíam-lhe em cima,sem dó,nem piedade.
Estão a ver,estão a ver,queixava-se ele,quase em lágrimas desatadas, a quem ainda estava disposto a ouvi-lo? Faz a gente o bem que pode,que é para isso que se está cá,e é isto. Só se lembram dos exageros,de que eu,a bem dizer,não tenho qualquer culpa,que isso é maldade dos Outros Tempos. Depois, os exageros podiam,desde que não houvesse mortes, ser rapidamente sanados com os muitos benefícios que eu lhes trouxera. Mas não. Vá-se lá entender esta gente.
terça-feira, 20 de outubro de 2009
A ELA PERTENCIAM
Era Outono. As folhas estavam-se a despedir,tinha de ser,lá das árvores,
atapetando os chãos,uns mais a seu gosto,como os de terra,e outros que enjeitariam,assim elas pudessem,como o das calçadas,de pedra dura.
Não gostavam nada destes,o que se compreeendia muito bem,pois não havia forma de com eles se entenderem. Com os de terra era outra coisa,ou melhor,era a que lhes estava destinada. É que a ela pertenciam e com ela se fundiam.
atapetando os chãos,uns mais a seu gosto,como os de terra,e outros que enjeitariam,assim elas pudessem,como o das calçadas,de pedra dura.
Não gostavam nada destes,o que se compreeendia muito bem,pois não havia forma de com eles se entenderem. Com os de terra era outra coisa,ou melhor,era a que lhes estava destinada. É que a ela pertenciam e com ela se fundiam.
UMA ALEGRIA
Ao sol,àquela hora,nem uma formiguinha se atrevia a andar por ali,por chão de pedra escaldante,preferindo o fresquinho lá dos fundos.
No seguinte dia,depois de uma valente chuvada,a azáfama que ia por lá,e também,certamente,o nada fazer. Vieram as formiguinhas todas cá para fora,como numa festa. Era uma alegria.
No seguinte dia,depois de uma valente chuvada,a azáfama que ia por lá,e também,certamente,o nada fazer. Vieram as formiguinhas todas cá para fora,como numa festa. Era uma alegria.
UNIDADE
DEUS é preciso,como de pão para a boca. DEUS é a argamassa,o cimento da FAMÍLIA HUMANA. Com Deus,é o que se vê,é o que se tem visto,desde sempre,
desde a arrancada,desde os começos da AVENTURA.
Sem DEUS,seria a barbárie. Matavam-se uns aos outros,sem dó,nem piedade,pelos séculos dos séculos,até ficar UM SÒ. Se DEUS não existisse,era necessário inventá-lO.
A diferença é a realidade. É com ela que se tem de conviver. É ela que dá grandeza à OBRA CRIADA. É ela que dará grandeza à OBRA DO ENTENDIMENTO. Todos precisam de todos.
A desigualdade enriquece,completa o que a cada um falta. Cada um é uma entidade digna,pois é uma parte,não importa a dimensão,da TOTALIDADE.
A palavra é a palavra,um conjunto de letras. É a OBRA que vale. Não se faz nada com palavras,mas sim com actos,actos concêntricos,rumo à UNIDADE.
desde a arrancada,desde os começos da AVENTURA.
Sem DEUS,seria a barbárie. Matavam-se uns aos outros,sem dó,nem piedade,pelos séculos dos séculos,até ficar UM SÒ. Se DEUS não existisse,era necessário inventá-lO.
A diferença é a realidade. É com ela que se tem de conviver. É ela que dá grandeza à OBRA CRIADA. É ela que dará grandeza à OBRA DO ENTENDIMENTO. Todos precisam de todos.
A desigualdade enriquece,completa o que a cada um falta. Cada um é uma entidade digna,pois é uma parte,não importa a dimensão,da TOTALIDADE.
A palavra é a palavra,um conjunto de letras. É a OBRA que vale. Não se faz nada com palavras,mas sim com actos,actos concêntricos,rumo à UNIDADE.
segunda-feira, 19 de outubro de 2009
VERDADEIROS IRMÃOS
Tal era a cobiça,a desenvoltura,o egoísmo,a mania das grandezas,o querer ter o caminho sem escolhos. Não se estava mesmo a ver que daquela maneira não dava,que era uma maneira já muito experimentada,com resultados bem à vista. Não se estava mesmo a ver que o deixar fazer,o deixar passar,conduzia sempre ao mesmo beco sem saída,ou melhor,com saída para a porta do fundo abismo. Não se estava mesmo a ver que era preciso ali uma regra,uma trave,um limite,que em última,ou primeira análise,como se queira, era preciso ter em atenção o outro,quer dizer,contar com ele,o vizinho do lado,que também era gente. Não se estava mesmo a ver que o deixar passar,o deixar fazer,era só para uma meia dúzia,que fossem mais desembaraçados,mais ágeis,simplesmente,
por terem nascido assim,os outros que ficassem à espera do que calhasse,que,
muitas das vezes,era aquilo que ninguém queria,que era andar a pedir esmola. Era preciso pensar no outro,nos outros,deixando-os também fazer,passar,sendo necessário,ampará-los.ajudá-los,acudir-lhes,como se tratasse de verdadeiros irmãos.
por terem nascido assim,os outros que ficassem à espera do que calhasse,que,
muitas das vezes,era aquilo que ninguém queria,que era andar a pedir esmola. Era preciso pensar no outro,nos outros,deixando-os também fazer,passar,sendo necessário,ampará-los.ajudá-los,acudir-lhes,como se tratasse de verdadeiros irmãos.
domingo, 18 de outubro de 2009
NITROGEN FIXING BACTERIA
Nitrogen is essential for all life on this planet, but most of it is in the air, making up about 78% of the earth's atmosphere.
Bacteria are the only organisms capable of taking gaseous nitrogen and combining it with hydrogen to make ammonia. So nitrogen-fixing bacteria are an essential part of all ecosystems. Mostly they are free-living soil organisms, but some plants have developed an association with bacteria which infect their roots and , in return for sugars from the plant, fix nitrogen which can be used by the plant for growth. The most important belong to the genus Rhizobium, which infects the roots of both trees and herbaceous plants in the bean family (Fabaceae or Leguminosae).
The bacteria live in nodules on the plant root. The reduction of nitrogen to ammonia can only occur in the absence of oxygen. The sheath of plant cells around the bacteroids keeps oxygen out.
In http://hcs.osu.edu/hcs300/bact.htm
Bacteria are the only organisms capable of taking gaseous nitrogen and combining it with hydrogen to make ammonia. So nitrogen-fixing bacteria are an essential part of all ecosystems. Mostly they are free-living soil organisms, but some plants have developed an association with bacteria which infect their roots and , in return for sugars from the plant, fix nitrogen which can be used by the plant for growth. The most important belong to the genus Rhizobium, which infects the roots of both trees and herbaceous plants in the bean family (Fabaceae or Leguminosae).
The bacteria live in nodules on the plant root. The reduction of nitrogen to ammonia can only occur in the absence of oxygen. The sheath of plant cells around the bacteroids keeps oxygen out.
In http://hcs.osu.edu/hcs300/bact.htm
CORPOS E ALMAS
Quem tudo quer,tudo perde. Quiseram tudo,perderam tudo. Quiseram corpos e almas. Os corpos ainda se podiam ter. Mas as almas,não querendo elas,quem é que as podia ter?
sábado, 17 de outubro de 2009
A MASSA É A MESMA
E se se lembrasse, a valer,dos pobrezinhos? Quer dizer,se não se lhes desse só umas esmolinhas,de que estarão eles já muito fartos. Se se viesse para a rua,um ror de vezes,trazendo,bem ao alto,bandeiras,de modo a que todos vissem,até os pobrezinhos,num decidido empenho de acabar com uma vergonha universal?E até os pobrezinhos porquê? Sim,porque não se tenham ilusões. A massa é a mesma. Está lá sempre,em todos, um bichinho,escondido não se sabe onde,a fazer pela vida,a não querer que se seja pobrezinho,mas incapaz de se pôr um travão a querer-se ser rico,muito rico,cada vez mais rico,fugindo disto,e daquilo,escapando-se ,é o termo,fazendo-se por esquecer,ou lembrando-se muito bem,daqueles tristes tempos em que se foi pobrezinho.
UMA COISA
Mas o que é isto? Vão por aí,por todos cantos,montes de problemas,muitos de bradar aos céus,não sabendo os céus para onde se virar. Ele é a ignorância,
a doença,a indiferença,o salve-se quem puder,a inveja,a desconfiança,o desprezo,o marginalizar,o desemprego,a insegurança da vida,do dia de amanhã,
as lutas por tudo e por nada,o primeiro eu,e depois ainda eu,o egoismo,numa palavra,as guerras,as verdades,os bonitos,os feios,os inteligentes,os burrinhos sem culpa nenhuma,a miséria,os pobres,os ricos,e o muito mais que para aí vai,que uma pessoa não se pode lembrar de tudo.
Para depois,a cada passo,ou mesmo sem o dar,haver alguém que só se lembra de uma coisa,e que é a de vir para a rua lembrar a zona pélvica.
a doença,a indiferença,o salve-se quem puder,a inveja,a desconfiança,o desprezo,o marginalizar,o desemprego,a insegurança da vida,do dia de amanhã,
as lutas por tudo e por nada,o primeiro eu,e depois ainda eu,o egoismo,numa palavra,as guerras,as verdades,os bonitos,os feios,os inteligentes,os burrinhos sem culpa nenhuma,a miséria,os pobres,os ricos,e o muito mais que para aí vai,que uma pessoa não se pode lembrar de tudo.
Para depois,a cada passo,ou mesmo sem o dar,haver alguém que só se lembra de uma coisa,e que é a de vir para a rua lembrar a zona pélvica.
MILHÕES
Quando as fizeram,as OBRAS DE ARTE,quantas vezes se viram e desejaram para as vender.
Depois,quando já mortos,ALGUMAS valem milhões. Vá-se lá entender uma coisa destas.
Depois,quando já mortos,ALGUMAS valem milhões. Vá-se lá entender uma coisa destas.
DESCONHECIDOS E CULPADOS
Os que deram corpos às guerras,os que as "fizeram",cobatendo,morrendo,a história os ignora. São os Soldados Desconhecidos.
A história só lembra quem as mandou fazer,os culpados delas.
A história só lembra quem as mandou fazer,os culpados delas.
sexta-feira, 16 de outubro de 2009
O VIZINHO DO LADO
Aquilo era lá um caso que nem atava,nem desatava. De resto,tinha sido sempre assim,parecendo ser essa a sua sina,ou lá o que se lembrassem de chamar,que ia tudo dar ao mesmo. Quereria dizer,também,que era isso o resultado da sua própria natureza,e tal sendo,não havia nada a fazer.
Andavam para ali,sabendo muito bem o que queriam,e que era,nem mais,nem menos,o importunarem-se,sobretudo,o vizinho do lado. O resto,ora o resto,
podiam muito bem passar sem ele,mas sempre o iam aproveitando para descansar um pouquinho lá das embirrações com o tal vizinho do lado,que não dispensavam,porque sem ele,a vida não tinha graça alguma.
É claro que isso tinha de ter um fim,mas era assim um fim a conta gotas,quer dizer,quando ia chegando aquela hora,a última,a cada um.
Andavam para ali,sabendo muito bem o que queriam,e que era,nem mais,nem menos,o importunarem-se,sobretudo,o vizinho do lado. O resto,ora o resto,
podiam muito bem passar sem ele,mas sempre o iam aproveitando para descansar um pouquinho lá das embirrações com o tal vizinho do lado,que não dispensavam,porque sem ele,a vida não tinha graça alguma.
É claro que isso tinha de ter um fim,mas era assim um fim a conta gotas,quer dizer,quando ia chegando aquela hora,a última,a cada um.
quinta-feira, 15 de outubro de 2009
PROPAGANDA
Compreende-se muito bem que haja quem não goste nada de ouvir o que se diz para aí sobre alterações climáticas,como as secas,as enxurradas,o derretimento dos gelos lá dos polos,a subida do nível da água dos oceanos,a acidificação destes,o borbulhar de metano no "permafrost",os ursinhos brancos verem os gelos fugir-lhes debaixo das patinhas,os pobres peixes não saberem de que água são,a fumarada que por aí vai,o oxigénio a mais que havia para a gente respirar ser gasto nesses fumos,a desflorestação que não pára,o uso crecente de queimadas,os buracos vazios que por aí havia lá nas funduras,cheios de "crude" e de gáses,e que vão ficando à espera de que os encham outra vez com os tais fumos,podendo,até,sabe-se lá, estarem a ajudar os tremores que por aí se dão.
Enfim,compreende-se muito bem. Não me venham para cá com essas tolices,
essas invenções,isso é tudo propaganda de gente que quer fazer figura,que não sabe fazer outra coisa.
Ora deixem-me cá fazer a minha vida,comer descansado,para não perturbar as digestões,e gozar os meus fins de semana,e também as minhas férias,que a gente precisa trabalhar descontraído para ganharmos o nosso dinheirinho que tanta falta nos faz,que a vida está cada vez mais cara,por causa dessas novidades muitas que todos os dias vão aparecendo.
Isso é tudo propaganda.
Enfim,compreende-se muito bem. Não me venham para cá com essas tolices,
essas invenções,isso é tudo propaganda de gente que quer fazer figura,que não sabe fazer outra coisa.
Ora deixem-me cá fazer a minha vida,comer descansado,para não perturbar as digestões,e gozar os meus fins de semana,e também as minhas férias,que a gente precisa trabalhar descontraído para ganharmos o nosso dinheirinho que tanta falta nos faz,que a vida está cada vez mais cara,por causa dessas novidades muitas que todos os dias vão aparecendo.
Isso é tudo propaganda.
quarta-feira, 14 de outubro de 2009
ARMANDO GASPAR INSECTARIUM - XXVII
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From the blog OLHARES DA NATUREZA
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From the blog OLHARES DA NATUREZA
O MAIOR
Do Mineral veio o Vegetal,e do Vegetal, o Animal. E o Vegetal e o Animal acabam em Pó,que é Mineral. O Mineral é o Maior.
terça-feira, 13 de outubro de 2009
COMO NÃO HÁ
Há gente que só parece interessar-se por si,pelos chamados seus. Os outros,ora os outros,que não os incomodem,que,para trabalhos,já bastam os que lhes dizem respeito,nem deviam ser tantos. Depois,têm lá os seus interesses,sabem coisas até demais,nem deviam saber tanto,que o saber,afinal,ocupa lugar,atentando no ror de coisas que não se sabem,muitas delas de trazer por casa.
E assim,quando se lhes conta uma historiazinha,para dizer alguma coisa,no sentido de entreter,uma coisa neutra,e mesmo sem a acabar,vêm logo com uma outra,por assim dizer,de portas a dentro,em que os actores são eles mesmos,o mais frequente,ou o paizinho,ou a mãezinha,ou um familiar,chegado,ou não,enfim,gente lá deles,muito deles,que os outros são outra gente. E mais ainda,uma história muito melhor,como não há.
E assim,quando se lhes conta uma historiazinha,para dizer alguma coisa,no sentido de entreter,uma coisa neutra,e mesmo sem a acabar,vêm logo com uma outra,por assim dizer,de portas a dentro,em que os actores são eles mesmos,o mais frequente,ou o paizinho,ou a mãezinha,ou um familiar,chegado,ou não,enfim,gente lá deles,muito deles,que os outros são outra gente. E mais ainda,uma história muito melhor,como não há.
MERCADORIAS
O acumular de bens,em alguns,qualquer que seja a mercadoria,móvil ou imóvil,
tem condão. Dá segurança,onde não a havia,fabrica interesses que se não tinham,faz esquecer muita coisa,até gente. Quer dizer,viram do avesso.
Chega-se a pensar que houve recriação,que se mudou de coração e de cabeça. É isso bom ou mau,sabe-se lá? O que se sabe é que acontece mudança. E sendo assim,é de a achar natural,como tanta coisa que para aí há. E passar adiante,
procurando imitar,ou seja,empilhar também,mas outras mercadorias,para não entrar em concorrência,ou não se sabe mais o quê.
tem condão. Dá segurança,onde não a havia,fabrica interesses que se não tinham,faz esquecer muita coisa,até gente. Quer dizer,viram do avesso.
Chega-se a pensar que houve recriação,que se mudou de coração e de cabeça. É isso bom ou mau,sabe-se lá? O que se sabe é que acontece mudança. E sendo assim,é de a achar natural,como tanta coisa que para aí há. E passar adiante,
procurando imitar,ou seja,empilhar também,mas outras mercadorias,para não entrar em concorrência,ou não se sabe mais o quê.
segunda-feira, 12 de outubro de 2009
TRISTES TEMPOS
E se se lembrasse, a valer,dos pobrezinhos? Quer dizer,se não se lhes desse só umas esmolinhas,de que estarão eles já muito fartos. Se se viesse para a rua,um
ror de vezes,trazendo,bem ao alto,bandeiras,de modo a que todos vissem,até os
pobrezinhos,num decidido empenho de acabar com uma vergonha universal?
E até os pobrezinhos porquê? Sim,porque não se tenham ilusões. A massa é a mesma. Está lá sempre,em todos, um bichinho,escondido não se sabe onde,a fazer pela vida,a não querer que se seja pobrezinho,mas incapaz de se pôr um travão a querer-se ser rico,muito rico,cada vez mais rico,fugindo disto,e daquilo,escapando-se ,é o termo,fazendo-se por esquecer,ou lembrando-se muito bem,daqueles tristes tempos em que se foi pobrezinho.
ror de vezes,trazendo,bem ao alto,bandeiras,de modo a que todos vissem,até os
pobrezinhos,num decidido empenho de acabar com uma vergonha universal?
E até os pobrezinhos porquê? Sim,porque não se tenham ilusões. A massa é a mesma. Está lá sempre,em todos, um bichinho,escondido não se sabe onde,a fazer pela vida,a não querer que se seja pobrezinho,mas incapaz de se pôr um travão a querer-se ser rico,muito rico,cada vez mais rico,fugindo disto,e daquilo,escapando-se ,é o termo,fazendo-se por esquecer,ou lembrando-se muito bem,daqueles tristes tempos em que se foi pobrezinho.
BURRINHO
O que os teres,sejam de que espécie forem,havidos ou a haver,reais ou imaginados,podem engendrar. Uma correnteza interminável de disposições e de acções. E é a inveja,a zanga,a disputa,o roubo,o assalto,a ferida,a morte mesmo,
e o muito mais que se quiser acrescentar.
Perante um tal espectro, de assustar o menos timorato,mais vale ter uma só camisa,mas de muita má qualidade,se estiver esfarrapada,melhor,ou ser burrinho.
e o muito mais que se quiser acrescentar.
Perante um tal espectro, de assustar o menos timorato,mais vale ter uma só camisa,mas de muita má qualidade,se estiver esfarrapada,melhor,ou ser burrinho.
domingo, 11 de outubro de 2009
sábado, 10 de outubro de 2009
A PAZ
Qundo um prémio como o Nobel é atribuído ao Presidente de uma Grande Nação,como são os Estados Unidos da América,ele tem um significado que vai muito para além de quem o recebe. Ficará,assim,a PAZ mais garantida.
JEAN-FRANÇOIS MILLET
http://www.musee-orsay.fr/en/info/gdzoom.html?tx_damzoom_pi1%5Bzoom%5D=1&tx_damzoom_pi1%5BxmlId%5D=000345&tx_damzoom_pi1%5Bback%5D=en%2Fcollections%2Findex-of-works%2Fresultat-collection.html%3Fno_cache%3D1%26zsz%3D9&cHash=7b5b29b862&S=1
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O PASSARINHO
Tinha todo o parecer de um ódio de morte. Mas só a morte seria pouco,seria mesmo nada.
A morte teria,pois,de se encher de paciência,que a sua vez,lá muito mais para diante,haveria de chegar.
E,assim,veio,primeiro,a prisão,um enclausurar dilatado,a sete muros,a sete chaves,não fosse o passarinho voar.
A morte teria,pois,de se encher de paciência,que a sua vez,lá muito mais para diante,haveria de chegar.
E,assim,veio,primeiro,a prisão,um enclausurar dilatado,a sete muros,a sete chaves,não fosse o passarinho voar.
ZERO
Até onde chegava o despeito,a zanga,o desprezo,talvez,também,o ódio. O que teria feito um outro para assim ser tão altamente distinguido? Nada,mil,um milhão de vezes nada. Zero. À esquerda.
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
EXPECTATIVA
Em que dera uma semente de rícino que,como regra,estava destinada a dar um arbusto. Pois,a partir dela,formou-se,pode dizer-se, uma árvore disposta a mostrar do que é capaz. Teria caido a semente em terra de altíssima fertilidade? Nada disso. O chão que a recebeu não passa de uma mera calçada.
Então,como explicar tal prodígio? Muito simplesmente. É que o empedrado assenta em terra funda,sob a qual corre esgoto rico em azoto e outras coisas mais necessárias a um viver pujante.
E é assim,pujante,que se apresenta. Braceja para todos os lados e para cima,de uma maneira incontida. Quase se o vê crescer a cada segundo. O espaço em que se encontra já não tem mais lado,por estarem lá duas empenas de prédios. Só poderá,pois,o rícino trepar. Até onde o fará? É essa a expectativa. Tem ainda,pelo menos,dois ou três anos para mostrar o que vale.
Então,como explicar tal prodígio? Muito simplesmente. É que o empedrado assenta em terra funda,sob a qual corre esgoto rico em azoto e outras coisas mais necessárias a um viver pujante.
E é assim,pujante,que se apresenta. Braceja para todos os lados e para cima,de uma maneira incontida. Quase se o vê crescer a cada segundo. O espaço em que se encontra já não tem mais lado,por estarem lá duas empenas de prédios. Só poderá,pois,o rícino trepar. Até onde o fará? É essa a expectativa. Tem ainda,pelo menos,dois ou três anos para mostrar o que vale.
NATURE
http://www.flickr.com/photos/landscape_photography/309823922/sizes/o/
http://www.flickr.com/photos/jjjohn/2198864639/sizes/o/
http://www.flickr.com/photos/foreby/3477619488/sizes/l/
http://www.flickr.com/photos/eirasi/326669044/sizes/l/
http://www.flickr.com/photos/marcoie/2064925215/sizes/l/
http://www.flickr.com/photos/simeon_barkas/2718790575/sizes/l/
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A DÍVIDA
Passava a maior parte do tempo de que ainda dispunha a descansar. Era o que o velho e achacado corpo lhe pedia,talvez para não estranhar depois o que tinha como certo,o descanso definitivo.
E fora assim,deitado,que ele lá estava no banco do jardim,à espera de que se abrisse a porta da sopinha,ali mesmo em frente. Dessa vez,levantou-se logo,compondo-se o melhor que pôde,para receber a visita. Sonharia com ela.
Não se sabe se seriam de encantar os sonhos. Por um lado,talvez gostasse delas,por as mãos não virem vazias. O pior era a dívida que ia crescendo,e ele,coitado,não tinha como a anular.
Não era ele o primeiro,nem seria o último,está mais que visto,a ter por companhia teimosa o espectro da dívida,a lembrar-lhe para sempre de que precisara,de que estendera,ou não,a mão,o que ia dar ao mesmo. E isso,certamente,o magoaria,a ponto,talvez,de exceder o gosto da dádiva.
E fora assim,deitado,que ele lá estava no banco do jardim,à espera de que se abrisse a porta da sopinha,ali mesmo em frente. Dessa vez,levantou-se logo,compondo-se o melhor que pôde,para receber a visita. Sonharia com ela.
Não se sabe se seriam de encantar os sonhos. Por um lado,talvez gostasse delas,por as mãos não virem vazias. O pior era a dívida que ia crescendo,e ele,coitado,não tinha como a anular.
Não era ele o primeiro,nem seria o último,está mais que visto,a ter por companhia teimosa o espectro da dívida,a lembrar-lhe para sempre de que precisara,de que estendera,ou não,a mão,o que ia dar ao mesmo. E isso,certamente,o magoaria,a ponto,talvez,de exceder o gosto da dádiva.
quinta-feira, 8 de outubro de 2009
ALEGRIA DO CORPO
"Na sua carta a D. Duarte,de 1436,declara o Infante D. Henrique que os fins da vida são: 1.º salvação da alma, 2.º honra da pessoa,nome,linhagem e nação,
3º alegria do corpo (prazer), 4º ganho temporal; e observa que este último é no fundo um meio ao serviço dos outros fins."
VITORINO MAGALHÃES GODINHO
Ensaios II
Sobre História de Portugal
p .77
Livraria Sá da Costa Editora
1ª Edição,1968
3º alegria do corpo (prazer), 4º ganho temporal; e observa que este último é no fundo um meio ao serviço dos outros fins."
VITORINO MAGALHÃES GODINHO
Ensaios II
Sobre História de Portugal
p .77
Livraria Sá da Costa Editora
1ª Edição,1968
UMA VOLTA
Cada um tem os seus desejos,devaneios,caprichos,coisas assim. Para satisfazer algumas,está lá a polícia a dizer que não,que o melhor é ir dar uma volta,para esquecê-las. Ah,ele é isso? E o que se segue,por vezes, é a polícia mudar de dono.
EQUILÍBRIO - RESERVA NATURAL DO PAÚL DE BOQUILOBO
quarta-feira, 7 de outubro de 2009
terça-feira, 6 de outubro de 2009
O SEU PERIQUITO
Tão feliz que a senhora estava. Não fora uma moeda que ela tinha perdido e que acabara por encontrar,mas muito mais,fora o seu periquito,o seu único companheiro de há longos quatorze anos que voltara para a gaiola.
Julgara-o perdido para sempre. A porta da prisão abrira-se e o periquito aproveitara para ir dar uma volta de quase um dia. Tão ralada que ela ficara. Por onde andaria o seu amigo,com quem ela conversava tanto?
As voltas que ela dera à casa. Não escapou um canto. Espreitou por debaixo da cama mais de uma vez,revolveu os armários,e o seu periquito não dava sinal de si. Desceu e subiu a escada de serviço do prédio,e foi o mesmo que nada. Nem sombras do periquito. Bateu à porta dos vizinhos em vão.
Afinal,o seu periquito não tinha saído da casa. Fora dar com ele debaixo da mesa da cozinha. Tão feliz que ela estava,até pareceu ter remoçado. O que seria dela sem o seu companheiro e amigo de tantos anos? Mais valeria a morte.
Julgara-o perdido para sempre. A porta da prisão abrira-se e o periquito aproveitara para ir dar uma volta de quase um dia. Tão ralada que ela ficara. Por onde andaria o seu amigo,com quem ela conversava tanto?
As voltas que ela dera à casa. Não escapou um canto. Espreitou por debaixo da cama mais de uma vez,revolveu os armários,e o seu periquito não dava sinal de si. Desceu e subiu a escada de serviço do prédio,e foi o mesmo que nada. Nem sombras do periquito. Bateu à porta dos vizinhos em vão.
Afinal,o seu periquito não tinha saído da casa. Fora dar com ele debaixo da mesa da cozinha. Tão feliz que ela estava,até pareceu ter remoçado. O que seria dela sem o seu companheiro e amigo de tantos anos? Mais valeria a morte.
DORMIR DESCANSADOS
Alguma coisa lhes fizeram. E não perdoam,pois não são desses. O que teria sido? Certamente uma ninharia,que aos seus olhos equivale a grande ofensa ou a desmesurada falta,registadas para sempre. Hão-de mas pagar. Que pago exigirão?
Nunca o dizem,apenas o dão a entender pelas caras que põem,pelas palavras que soltam. Julgam que os marcados não percebem,ou então,o que é muito pior,têm a certeza de que as mensagens foram captadas,porque nem uns,nem outros, são ingénuos. E assim se criam momentos de clara hipocrisia.
É o que sucede nos cruzamentos,fortuitos,ou de conveniência,uma cadeia de coisas desagradáveis,tais como saudações forçadas,encontros tristonhos e fugidios,desculpas frouxas,observações malévolas,brios exageradamente tocados,insinuações do arco da velha,comparações insólitas,interesses atrevidos,
ignorâncias calamitosas,admirações chocantes,basófias escusadas,desprezos incríveis,distâncias acentuadas,esquecimentos intencionais,ingratidões de bradar aos céus,egoísmos quase puros,descaramentos sem nome.
Apsar de tudo isso lá se vão suportando,tem de ser. Os anos somam-se e as perspectivas não melhoram,antes pelo contrário,para variar,parecendo,às vezes,adquirirem contornos ouriçados. Até quando um cenário assim? Ora,até quando? Está na cara,tão evidente é. Até se ir desta para melhor. O alívio que por lá irá. Assim,já poderão dormir descansados. Julgam eles.
Nunca o dizem,apenas o dão a entender pelas caras que põem,pelas palavras que soltam. Julgam que os marcados não percebem,ou então,o que é muito pior,têm a certeza de que as mensagens foram captadas,porque nem uns,nem outros, são ingénuos. E assim se criam momentos de clara hipocrisia.
É o que sucede nos cruzamentos,fortuitos,ou de conveniência,uma cadeia de coisas desagradáveis,tais como saudações forçadas,encontros tristonhos e fugidios,desculpas frouxas,observações malévolas,brios exageradamente tocados,insinuações do arco da velha,comparações insólitas,interesses atrevidos,
ignorâncias calamitosas,admirações chocantes,basófias escusadas,desprezos incríveis,distâncias acentuadas,esquecimentos intencionais,ingratidões de bradar aos céus,egoísmos quase puros,descaramentos sem nome.
Apsar de tudo isso lá se vão suportando,tem de ser. Os anos somam-se e as perspectivas não melhoram,antes pelo contrário,para variar,parecendo,às vezes,adquirirem contornos ouriçados. Até quando um cenário assim? Ora,até quando? Está na cara,tão evidente é. Até se ir desta para melhor. O alívio que por lá irá. Assim,já poderão dormir descansados. Julgam eles.
segunda-feira, 5 de outubro de 2009
ARMANDO GASPAR INSECTARIUM - XXVI
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From the blog OLHARES DA NATUREZA
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From the blog OLHARES DA NATUREZA
UMA OUTRA VIDA
Tivera sorte o senhor Manuel. Quando novo,trabalhara para este e para aquele,que para ele não tinha onde. Foram tarefas de campo,as mais variadas,que ele não podia escolher. Era o que calhava. Até subira socalcos,e mais socalcos,levando nos seus ombros pesados cestos com uvas,que foi o que mais lhe custara.
Um dia,veio por aí abaixo,á aventura. E poisou em sítio certo. Não demorou muito a trabalhar por conta própria,em artes de pintura de paredes de casas.
Andou anos nisso. De vez em quando,vai de visita aos lugares da juventude,mas só para os rever, que ele não é para vaidades.
Os ares que lá respira já são muito outros,que aquilo mudou muito,mas o grande rio é quase o mesmo,bem como os terraços por onde andou a subir e a descer,e a sonhar com uma outra vida.
Um dia,veio por aí abaixo,á aventura. E poisou em sítio certo. Não demorou muito a trabalhar por conta própria,em artes de pintura de paredes de casas.
Andou anos nisso. De vez em quando,vai de visita aos lugares da juventude,mas só para os rever, que ele não é para vaidades.
Os ares que lá respira já são muito outros,que aquilo mudou muito,mas o grande rio é quase o mesmo,bem como os terraços por onde andou a subir e a descer,e a sonhar com uma outra vida.
CHINELAS
Era uma figura triste. Magro,pálido,sempre vestido de negro. Humilde,desfazia-se em mesuras . De que teria ele escapado ou que dificuldades quereria ele vencer?
Tão diferente outro era. Respirava confiança e parecia capaz de grandes feitos. Houve quem apostasse nele. Pois foi uma pura perda. Pena é,não se sabe quantas vezes,que se queira subir acima das chinelas,quando a coisa,está na cara,não dá para mais.
Tão diferente outro era. Respirava confiança e parecia capaz de grandes feitos. Houve quem apostasse nele. Pois foi uma pura perda. Pena é,não se sabe quantas vezes,que se queira subir acima das chinelas,quando a coisa,está na cara,não dá para mais.
domingo, 4 de outubro de 2009
sábado, 3 de outubro de 2009
ACABAR COM OS SONHOS
Os lugares eram escassos e os concorrentes abundavam. Tal triste realidade desencorajava alguns necessitados. Para quê,de facto,esforçarem-se, se apenas podiam contar consigo? E relaxavam.
Era o que outros queriam. Mais oportunidades teriam. E assim,não se cansavam de repetir que não valia a pena lutar. Olhassem bem para eles. Depois de tantos anos à espera,não tinham passado do lugar de entrada. Era,com efeito,para desanimar.
Mas logo na primeira aberta, lá avançavam eles. Parecia terem-se desinteressado,mas era só para despistar. Na sombra,iam-se preparando,na esperança de que outros seguissem os seus avisos,desleixando-se.
Nada de mostrar o céu muito azul. O fundamental era quebrar os ânimos,acabar com os sonhos,proclamar que o mundo estava perdido. Quanto pior,melhor,era o seu lema.
Era o que outros queriam. Mais oportunidades teriam. E assim,não se cansavam de repetir que não valia a pena lutar. Olhassem bem para eles. Depois de tantos anos à espera,não tinham passado do lugar de entrada. Era,com efeito,para desanimar.
Mas logo na primeira aberta, lá avançavam eles. Parecia terem-se desinteressado,mas era só para despistar. Na sombra,iam-se preparando,na esperança de que outros seguissem os seus avisos,desleixando-se.
Nada de mostrar o céu muito azul. O fundamental era quebrar os ânimos,acabar com os sonhos,proclamar que o mundo estava perdido. Quanto pior,melhor,era o seu lema.
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
IBÉRIA UNIFICADA - II
"Durante o século XVI,continuaram os laços dinásticos entre as famílias reais portuguesa e castelhana,com tal insistência e proximidade que haveriam de resultar em união final. Carlos V(Carlos I de Espanha) casou com Isabel ,filha primogénita de D.Manuel I. Pela mesma época, D.João III consorciava-se com a irmã mais nova de Carlos,Catarina. Anos atrás, D.Manuel casara-se sucessivamente com três princesas espanholas,a saber: D. Isabel,sua irmã mais nova D. Maria,e por fim D. Leonor,irmã mais velha de Catarina. Veio então Filipe II a casar (1543) com D.Maria,filha primeira sobrevivente de D.João III,enquanto a irmã de Filipe II,Joana,esposava o príncipe D.João,herdeiro do trono português(1552). Deste último matrimónio resultou unicamente um filho,D.Sebastião,cujo nascimento(1554) se seguiu de perto à morte do pai,tornando-o em único sobrevivente dos onze descendentes legítimos do rei D.João III."
A.H. de OLIVEIRA MARQUES
História de Portugal
Edições Ágora,Lisboa
3ª Edição 1973
A.H. de OLIVEIRA MARQUES
História de Portugal
Edições Ágora,Lisboa
3ª Edição 1973
QUANTO PIOR MELHOR
Aquilo não tinha graça alguma. Iria ter lugar uma reunião de alto interesse em que se procuraria obter remédio para muitos males que por lá grassavam. As personalidades envolvidas eram do melhor que havia.
Pois muito antes do magno encontro se dar,já se anunciava que iria ser um fracasso. Eram adivinhos ou estariam no segredo dos deuses? Seriam talvez das famílias dessas sumidades,comendo com eles à mesa.
Eram mesmo uns desmancha-prazeres esses anunciadores. Deviam fazer parte do tal grupo do quanto pior melhor,onde se sentiam mais à vontade para fazerem das suas. Não estavam interessados em que o barco progredisse,mas antes que recuasse.
Depois,voltando aos anúncios,como era de prever,previam tudo,as conclusões não tinham sido conclusivas. Sabendo tanto,deveriam ter falado com esses senhores aconselhando-os a não se reunirem. Evitavam,assim,que eles se maçassem,pois tinham mais que fazer,poupando-se também um ror de dinheiro, que tanta falta faz em tanto sítio.
Pois muito antes do magno encontro se dar,já se anunciava que iria ser um fracasso. Eram adivinhos ou estariam no segredo dos deuses? Seriam talvez das famílias dessas sumidades,comendo com eles à mesa.
Eram mesmo uns desmancha-prazeres esses anunciadores. Deviam fazer parte do tal grupo do quanto pior melhor,onde se sentiam mais à vontade para fazerem das suas. Não estavam interessados em que o barco progredisse,mas antes que recuasse.
Depois,voltando aos anúncios,como era de prever,previam tudo,as conclusões não tinham sido conclusivas. Sabendo tanto,deveriam ter falado com esses senhores aconselhando-os a não se reunirem. Evitavam,assim,que eles se maçassem,pois tinham mais que fazer,poupando-se também um ror de dinheiro, que tanta falta faz em tanto sítio.
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
A RECEITA
Não desistem,não largam a bandeira. Já era tempo,não de a deixarem lá num canto,mas de a não privilegiarem,parecendo não haver outras que valha a pena trazer,levantando-as bem alto,para que todos vejam.
Trata-se da zona pélvica. Para lá dela o que por lá há a pedir também envolvimentos,chamadas de atenção,mobilização de vontades. E são os muitos milhões de esfomeados,de deserdados,de injustiçados,de abandonados à sua sorte.
Quase se estando certos do que lá se encontra à espera de tantos é de se desejar que não venham tantos. Ou não será assim? De que se estará à espera? Ou será que a receita não pode ser outra senão a de sempre,a de cada um se governar como puder?
Trata-se da zona pélvica. Para lá dela o que por lá há a pedir também envolvimentos,chamadas de atenção,mobilização de vontades. E são os muitos milhões de esfomeados,de deserdados,de injustiçados,de abandonados à sua sorte.
Quase se estando certos do que lá se encontra à espera de tantos é de se desejar que não venham tantos. Ou não será assim? De que se estará à espera? Ou será que a receita não pode ser outra senão a de sempre,a de cada um se governar como puder?
APARÊNCIAS
Viera de automóvel,um carro de boa marca,mas já com uns largos anos,que arrumara em passeio alto,para se livrar de despesas. Teria comido bem,e bebido melhor,que aquele avantajado corpo,também já de anos largos, pedia que o tratassem como devia ser. Com essa sobrecarga,apsar de bengala robusta,foi uma carga de trabalhos atravessar uma rua,galgar um passeio,cruzar outra rua,e,finalmente,voltar a ocupar o assento do condutor.
E aconteceu o inesperado.Ter trepado aquele passeio já fora coisa de mestre. Mas descê-lo,sem uma arranhadela,foi obra de mágico. Fê-lo com todos os cuidados,segundo a segundo,sem um deslise. Muito podem,pois,enganar as aparências.
E aconteceu o inesperado.Ter trepado aquele passeio já fora coisa de mestre. Mas descê-lo,sem uma arranhadela,foi obra de mágico. Fê-lo com todos os cuidados,segundo a segundo,sem um deslise. Muito podem,pois,enganar as aparências.
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