segunda-feira, 16 de agosto de 2010

CONTAS DE SACO

Vinham de grandes distâncias,à pata,e para lá chegar,ao mercado,tinham de vencer ladeira íngreme. Traziam, à cabeça,cestinhos de verga,cobertos com panos brancos. Branco era também o que lá dentro se encontrava. Queijinhos frescos,de cabra e de ovelha. Expunham-nos em sítio certo,reservado. A concorrência era grande,para gáudio do consumidor.
Não ganhariam para as solas,não contando com o estirão da caminhada,rematada com um final a trepar,com o tempo dela e o da venda. Contas de saco. Mesmo assim,valer-lhes-ia a pena. Sempre eram umas moeditas,uma fortuna. E,depois,talvez o mais importante,vinham até à cidade.

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