quarta-feira, 18 de agosto de 2010

EU PAGO TUDO

Era capaz de ser paixão,mas também podia ser capricho,ou ser nada. Era homem,de facto,para quase tudo. O que quer que fosse,estava associado ,porém,a uma grande distracção. E isso podia acarretar desastres. E foi o que aconteceu,pelo menos,duas vezes.
A paixão,capricho,ou lá o que era,dizia respeito a touradas. Era,ou supunha-se que era,um aficcionado. Ia numa delas sicrano e beltrano,um par de fama. Não podia faltar,só que era já muito tarde. Oh Manel,quero já aqui o carro. Olha que tenho de chegar a tempo. E o condutor tinha de ir a mata-cavalos,com ele sempre a pressionar.
De uma das vezes,foi um pobre que foi desta para melhor. Talvez até lhe tivesse agradecido. Ia a atravessar a estrada. Ora o que me havia de suceder? Isto só a mim. Mas eu não posso ficar aqui.
Oh senhor guarda,eu pago tudo,mas, pela sua rica saúde,deixe-me ir. Não se sabe se foi,mas é muito provável que tivesse ido,pois no carro apenas se notava uma amolgadela sem importância.
Da outra vez,tratou-se de um rebanho de carneiros,uma muralha de respeito. O carro também ficou com muito para contar. E ele ficou muito triste por não poder estar presente.

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