sexta-feira, 27 de agosto de 2010

UMA FORTUNA

Uma espessa névoa os envolve ,mas ainda se conseguem distinguir. Parecem espectros a desfilar,a acenar,a dizer que vão voltar.
O Menino. A loja do senhor Maia tentava-o. Os rebuçados,as bolachas,os chocolates não lhe saíam da cabecita. E assim,todos os tostões conseguidos iam parar sempre à mesma gaveta.
Um dia,o padrinho contemplou o menino com uma fortuna,que lhe transtornou o juízo. Sem pedir conselho a ninguém,logo que apanhou a porta aberta,escapuliu-se,e ali vais ele,direitinho,quase a correr,ao encontro do balcão dos seus sonhos. Lá chegado,poisou nele,a custo,que o balcão era mais alto do que ele,a moeda que os seus bolsos jamais tinham visto.
Quando o senhor Maia o atendeu,apontou para um frasco com a sua paixão na altura,umas bolachinhas coroadas de estrelas de várias cores. O senhor Maia,resmungando,muito desconfiado,lá aviou a encomenda.
Com um pacote dos grandes em cada mão,bem encostados ao corpito,não se espalhassem as queridas bolachinhas pelo chão,voltou para casa,em triunfo. Foi isso sol de pouca dura,que a mãe não consentia esbanjamentos. O senhor Maia já esperava. Teve o menino de se contentar com um miserável pacotito. Para aprender.

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