terça-feira, 3 de novembro de 2009

À SUA SORTE

Pobres daquelas folhas,tal o desassossego em que tinham mergulhado. As árvores já não precisavam delas,talvez por terem os celeiros cheios,e estavam a largá-las,deixando-as cair em piso alcatroado. Mas não aqueciam lugar,pois vinha o vento que as levava pelo ar ou as arrastava,roçando pelo áspero chão.
Era um vento inconstante,pelo que não sabiam as pobres folhas onde ficar,
andando num virote interminável,como ondas do mar.
A que destino tão triste as tinham votado,findo o seu prazo de validade. Não o mereciam,elas,e todas as outras de anos atrás, que tanto tinham valido. Se não tivessem sido elas,as árvores não teriam crescido,não teriam florido,não teriam dado fruto,teriam morrido mal tinham posto a cabeça de fora. E era assim que lhes retribuíam,abandonando-as à sua sorte. Afinal,tinham-se,ingratamente,servido delas.

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