sexta-feira, 13 de agosto de 2010

TÃO SIMPLES COMO ISSO

Sonhara ele,há tempos,com planetas,todos do mesmo sistema. Não se lembrava da estrela,mas isso era o menos. É que tinha sido um sonho que muitíssimo o impressionara,de tal maneira,que não resistiu a contá-lo.
Em todos eles havia gente,que lá se ia entretendo,umas vezes melhor,outras pior,mas vivendo e morrendo quando a vez chegava. Certo dia,deu em aparecer num deles uma doença nova,que acabou por se instalar noutros. Era uma doença terrível,sem cura. Foi o extermínio total nesses planetas.
Num dos poucos planetas ainda não atingidos por esse mal do diabo,ciente do que estava acontecendo nos vizinhos,não havia sábio que não se tivesse posto ao trabalho para engendrar um modo de escapar daquele triste fim. E daquelas muitas e excelentes cabeças uma unânime solução brotou. Tinham de se livrar o mais depressa que pudessem de todos os outros planetas,de todos,dos ainda vivos e dos mortos.
Então,trabalhando dia e noite,sem tréguas,os melhores sábios inventaram um raio de altíssimo poder destruidor,mesmo a distâncias infinitas. E,sem perda de tempo,pois já tinham perdido muito,como a experimentá-lo,apontaram-no aos planetas já sem vida. Aquilo foi um ar que lhes deu,como já esperavam. Deixaram de lá estar ou em qualquer outro lugar. Sem hesitações,dirigiram-no aos restantes,onde ainda se mexia.
Enfim,sós. Lavrou por lá uma tranquilidade nunca experimentada,mas,infelizmente,de curta duração. É que o melhor sábio,de todos os outros melhores,descobriu,talvez por acaso,que a doença fatal tinha como única causa a multiplicidade dos quereres. Tão simples como isso.
E agora? Apenas havia uma saída. Que todos fossem um só.

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