Foram dois anos de cartografia de solos,a sondar-lhes as entranhas,até ao osso,ou seja,até à rocha,granítica,xistosa,arenítica,calcária,a maior parte das vezes. Não ficou canto por bisbilhotar,numa larga faixa,desde Alcácer do Sal até Elvas,com mais demoras em Évora,Viana do Alentejo,Reguengos de Monsaraz,Vila Viçosa e Monforte.
Foram dois anos a varrer plainos,a subir montes e vales,revestidos de searas, ou à espera delas,a bater à porta de "montes",e não só,a passar arame farpado,que a fotografia aérea,base do trabalho,não registara.
Foram dois anos de jipe,de caixa aberta,que o calor era muito,ou trancada,por causa das intempéries,jipe,que, lá de vez em quando,sem,ou com aviso prévio, se recusava a cumprir a sua obrigação,pelas mais diferentes mazelas.
Foram dois anos de botas,e não só,cobertas de pó,ou de lama,ao sol,à chuva,que o jipe estava longe,valendo,nas emergências,a copa de um chaparro amigo,ou o aconchego de um casebre.
Foram dois anos de ricas e variadas conversas, com donos,ou feitores, dos mais diversos teres,com jornaleiros e pastores.
Foram dois anos de inesperados encontros com perdizes,e perdigotos,rolas,cizões,
abibes,lebres e coelhos,pombos bravos,corvos,abetardas,carraças, touros.
Foram dois anos inesquecíveis.
domingo, 8 de agosto de 2010
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