É pintor de interiores o senhor Francisco. Anda nisto há um ror de anos,tantos que até já lhe perdeu o conto. Deita mãos aos pincéis logo de manhazinha,só os largando pela noite dentro. Aos domingos,faz uma pausa,mas mais porque é um pau mandado e o sócio tem outras exigências. O corpo é franzino,mas rijo. Diz que esteve apenas uma vez doente,com uma forte gripe. Mas só faltou um dia à chamada. Podia lá estar sem as suas tintas. Tinto é também o seu líquido preferido. Às vezes, exagera,sobretudo em dias de folga. Tem um grupo de gente fixe com quem se diverte à grande. Volta não volta,dão grandes passeatas. Até já foram à Galiza. É que a vida não é só trabalhar. Com este modo de vida,o que mais se poderia esperar do senhor Francisco? A bebida será para ele um refúgio e até um resguardo para as correntes de ar que tem de apanhar,com as janelas sempre todas abertas. Não sabe fazer mais nada. Nem a bola o atrai,pois não sabe ler lá muito bem. Pouco informado,como é que acompanharia as conversas? Os companheiros do grupinho fixe serão também dos seus,pelo que ficará tudo em família.
domingo, 2 de maio de 2010
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