segunda-feira, 20 de abril de 2009

UNS POBRETANAS

Coitado do velhote. Ele que andava,naquela altura,muito mais tranquilo,tão tranquilo,que até parecia adivinhar qualquer coisa muito estranha que com ele se estava passando. Estranho ou não,o certo é que ele nem parecia o mesmo de tempos passados,sempre ralado,sempre a lastimar-se,mas nunca revelando o que era. Aquilo era com ele,ninguém tinha nada com isso. Queriam saber,mas tirassem dali o sentido. E fazia um risozinho muito misterioso.
Qual coitado,qual carapuça. Afinal,a coisa estranha,de estranha nada tinha,nem mais,nem menos,uma fortuna inesperada,pois ele para ali não tinha metido nem prego, nem estopa. Vira-se com ela,assim como uma de magia. Mas mágica é que ela não era,mas sim dinheirinho verdadeiro.
Mas o que lhe havia de suceder,pois passou mesmo,de novo,a coitado. É que não havia cão,nem gato,que esquecesse uma coisa daquelas. Então não querem lá ver o diabo do velhote? Parecia que não tinha onde cair morto,afinal está ali rico, que até pode fazer pouco da gente,para aqui uns pobretanas.
Coitado do velhote. Assim com toda a gente a implicar com ele não tinha graça nenhuma. Paciência,pedia ele a si mesmo,paciência. O melhor é dar o dinheiro aos pobrezinhos .Não lhes resolvo os seus muitos problemas pois eles são muitos,mas, ao menos, livro-me das patadas que não se cansam de me dar,que até já nem tenho sítio do meu velho corpo sem uma nódoa negra.

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