quarta-feira, 11 de março de 2009

UM BOM CASAMENTO

Aquelas cenas intrigavam. Semanas,meses,anos,suspenso das chaves do totobola,e não só. Todo ele era uma ânsia desmedida,uma teimosia interminável,de muito pasmar.
É que ele não era um qualquer,a pensar no fim do mês,sempre encalacrado,não senhor. Teres e haveres não lhe faltavam,era o que corria. Porquê,portanto,aquele teimar sem termo?
E um dia,chega sempre um dia,o estranho caso teve o seu esclarecimento. É que toda a sua fortuna chegara-lhe por via da mulher. Ele tinha feito,simplesmente,um bom casamento,o que lhe era lembrado,demasiadas vezes,pela mulher.
E ele,coitado,teria de concordar. O que teria ele de fazer para equilibrar balança tão desiquilibrada? Jeito para negócios era coisa que nunca tivera,lá no emprego não podia ir muito longe,assaltar a casa do vizinho,nem pensar,então,só havia uma saida,o totobola,ou coisa parecida. E era um insistir que metia dó.

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