domingo, 25 de maio de 2008

UMA APARIÇÃO

Parece valer a pena contar pelo pitoresco da situação. Um dos trabalhos que ele ia fazer levava aí umas duas horas por dia,ao longo de uns meses. A temperatura não devia sofrer grandes variações,mas o ideal seria uma constante. E ele procurou esse ideal. No sítio onde se encontrava não havia tal condição,mas talvez houvesse noutro. E havia,até duas salas. E estavam à sua disposição. Desconfiado como era,não descansou enquanto não confirmou a constância.
A sala tinha dois grandes inconvenientes. Não se via uma janela sequer e podia trancar-se do lá de fora. Assim,como ficava lá para um canto,alguém podia lembrar-se de o fazer prisioneiro,por sabe-se lá quanto tempo. O seguro morreu de velho. Tinha de avisar,portanto,para que o fossem lá libertar. E,assim descansado,começou a trabalhar.
Um dia,o que é que havia de acontecer? Uma aparição,na forma de uma gentil menina,muito loira e de olhos muito azuis, com um tabuleiro na mão. Abriu a porta. Lá se iria a constância. Pediu-se para que entrasse depressa. Ela hesitou uns segundos,mas acabou por não entrar. Sabe-se lá do que o moço era capaz?
A temperatura tinha de ser mesmo constante,para maior rigor. Teve ocasião de o verificar. A curva de valores a 25 era algo diferente da a 15. Neste segundo caso,vestiu uma camisola grossa.

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