sábado, 18 de julho de 2009

PALAVRA MÁGICA

A dor daquele pai,ao ver o seu filho,ali estendido numa cama,em casa de gente estranha,curando-se de uma doença que não matava,mas moía. Oh sonhos de vida melhor que ele tivera,na esperança daquele filho poder trazer-lhe um melhor futuro, que estava a ver desfazerem-se.
E ele sem nada poder remediar,pois nem remédio tinha para si. Mais uma desilusão a juntar-se a outras de um passado que não deixara saudades,mais uma lança a enterrar-se naquele pobre peito.
Muito suporta um homem,quando à sua volta vê desmoronar-se o que arquitectara com as suas mãos que julgara fortes. Não se sabe como podem ficar ali,assistindo ao ruir do sonho que lhes dera respiração para persistir. Não se sabe como não ficam ali, de vez. Que restos de esperança ainda guardam? Quem terá criado a esperança,essa palavra mágica,que do nada faz brotar alguma coisa que dá coragem para continuar,para teimar,não querendo sair derrotado numa aventura para onde se é lançado sem saber como? Só se dá conta dela quando ela é a valer,quando se foram para sempre os tempos das brincadeiras. E agora,o que se vai seguir? E vá de se procurar sair dela o melhor possível,que exemplos de vitória não faltam,que dos outros não interessam.E vá de aplicar receitas consagradas,e vá de usar as armas de que se dispõe,e que lhe vieram parar às mãos,sabe-se lá também como.
E aquele pobre pai, que é feito dele,que já estava ficando lá para trás? Onde andará ele? Andará por aí ,agarrado à esperança,essa palavra mágica que dá coragem para teimar,numa espera que não quer morrer? Talvez,quem sabe?

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